Nos últimos posts do Revival Entrevista, conhecemos a scrapper Lili Melo e a artesã Juliana (se você ainda não conferiu, corre lá conhecer um pouco mais da história delas). 

E hoje, iremos conhecer a belenense Dani Santos (ou Danoka, para os íntimos). A Dani passou por vários lugares desse Brasilzão até chegar em Curitiba, onde mora hoje. Nela, tem um pouquinho de Belém, onde nasceu, de Londrina, onde aprendeu a aproveitar sua própria companhia frequentando lugares como cinema e restaurantes sozinha. E na capital paranaense, ela realizou sonhos e aprendeu a nunca desistir deles.

Dani já dançou balé, fez mestrado em genética e viajou muito mundão a fora. Hoje, ela carrega toda essa bagagem e lidera uma equipe na escola de Francês que ela é co-fundadora. 

“Mudei de área, da nutrição para o francês, mas nunca de paixão. Eu sinto que nasci para transmitir, sabe? Quando eu ensino, eu mais aprendo que outra coisa. Amo falar da cultura francesa, do idioma e mostrar que esse olhar para a cultura do outro abre a nossa mente para a nossa própria cultura, para o autoconhecimento. Busco diariamente o meu melhor não apenas por mim, mas para garantir o futuro e o alimento na mesa de quem trabalha comigo. Esse é o verdadeiro Fator Oh lala, como falamos aqui no Oh lala Dani.”

A Dani compartilhou que ela e o sócio tem um espírito “startupeiro” e sempre buscam inovações no ensino do idioma francês e, depois de mais de 5 anos no mercado, vão finalmente consolidar todos esses anos de trabalho. “Ah sim, já estou dando spoiler do que será 2022 . Mas resumindo: somos um ateliê de francês que te ensina através de experiências e situações adaptadas a sua demanda, ao seu objetivo. Eu digo que o Oh lala Dani é um ateliê, pois nele pegamos as ferramentas existentes para criarmos um novo caminho. É mão na massa. É produção em equipe. E o nosso produto te será útil, agora ou no futuro, para teu crescimento.”

O Oh lala Dani sempre foi focado no meio digital: do blog para o Instagram, do Instagram para o Youtube, do Youtube para o infinito e além. A Dani comentou que eles usaram coworking como sede da empresa e isso ajudou muito no processo – eles conheceram pessoas, conseguiram parcerias e relacionamentos com clientes de um jeito super especial.

Agora que conhecemos um pouco mais sobre a Dani e com o que ela trabalha, vamos ver como foi o caminho dela até chegar onde ela está hoje. Tudo começou com um “você não é boa pra ser pesquisadora”, dito pela orientadora de mestrado dela. “Na época, eu fiquei perdida e com uma leve depressão que eu não sabia mais o que eu ia fazer.” Hoje, a Dani acha que ela estava certíssima e que até agradece, mas, depois dessa situação, foi difícil de se encaixar no mercado de trabalho. 

“Aí um certo dia, meu pai viu um anúncio no jornal de uma escola que procurava professor de idioma sem experiência, e ele me disse ‘ó aí, tu não querias dar aula? Pode ser de inglês, não?’ E lá eu fui fazer os testes.”

Foi aí que o ensino da língua francesa entrou na vida da Dani! “Quase fechando o contrato de trabalho ele me perguntou se eu topava fazer o teste pro francês também.”. Dani sempre foi apaixonada pela cultura e pelo idioma francês, então estudou durante a faculdade e ter feito balé por tanto tempo também envolveu muito ela na cultura. “Depois do famoso ‘terminei o inglês’, eu comecei o francês e simplesmente não parei. Estudei de janeiro a janeiro durante 4 anos, fazendo todos os intensivos, (…) eu amava e tinha muita facilidade.”

Durante o mestrado, o contato com grupos europeus facilitou a volta do idioma francês na vida da Dani e, quando ela fez sua primeira viagem ao exterior, conseguiu praticar ainda mais. “Até ouvir uma parisiense me perguntar ‘e você mora aqui há quanto tempo?’. Minha resposta? Acabei de chegar”. E depois de tanta prática e a frase “carinhosa” da orientadora, Dani largou o doutorado e começou a se dedicar ao ensino do idioma francês.

Mas como quem vê close, não vê corre, vendo o Oh lala Dani como ele é hoje, ninguém consegue imaginar os perrengues até aqui. No início, a Dani teve que contar financeiramente com os pais, pois no primeiro 1 ano e meio, ela e os sócios não conseguiam tirar lucro. “Às vezes é até um privilégio daqueles que têm família para apoiar e ajudar a pagar as contas.”. Toda a renda era revertida para pagar contas e suprir as necessidades da escola. Além disso, a Dani compartilhou que teve que aprender a amar números e matemática e ter muita paciência com as burocracias. 

“Eu tive que abdicar dessa mente de trabalhadora CLT para entender o que é ser dona do próprio negócio.”

Depois de muita adaptação, hoje o Oh lala Dani tem uma equipe de colaboradores pelo país inteiro e também em Paris (chique demais). A Dani compartilha que a seleção das pessoas é um processo bem importante para eles, pois permite que eles escolham uma pessoa que dê o match perfeito com a cultura da escola que foi se moldando ao longo dos anos.

Outro desafio que a Dani encontrou no empreendedorismo, foi o lado operacional, de ser multitarefas e ter que lidar com todas as esferas do negócio. “O operacional nos engole, mas temos que ser multitarefa e abraçar todos os pontos de criação da empresa: estratégia, financeiro, cultura, branding, produto, venda e atendimento ao cliente.”. Mas, apesar da correria burocrática, a Dani ama saber que faz diferença na vida das pessoas à volta dela e isso faz ela continuar com esse trabalho incrível no Oh lala Dani! 

E, apesar de todos os perrengues vividos até hoje, a Dani acha que toda sua trajetória foi importante para ela chegar onde está hoje e que é um constante aprendizado. Por isso, quer investir cada vez mais em cursos e imersão na cultura francesa para aprimorar ainda mais seus conhecimentos.

Dani sonha em um dia ter alunos de todos os cantos do mundo e poder entregar um aprendizado humanizado, envolvendo cinema, séries, documentários e afins. Além de ajudar as pessoas com seus sonhos de imigração, estudo ou laser, a Dani quer democratizar o acesso ao idioma, auxiliando pessoas sem muita experiência tecnológica ou condição financeira a conhecer o mundo através da Internet. 

“Aqueles que não conseguem viajar nem pra capital do seu estado, mas podem conhecer o mundo todo através da Internet.”

Como conselho, a empresária indica procurar uma rede de apoio para essa caminhada. Pessoas que deem suporte nas horas difíceis, que aconselhem quando precisar, que gerem networking para te ajudar no mercado. E também aconselha a procurar um meio de comunicação que você se identifique mais, para produzir conteúdos que agregam e que comuniquem a essência da sua marca. “Mas não vale ser refém das redes, ein? Tio Zuck fica cada vez mais rico com o nosso desespero de agradar os outros. Então, equilíbrio!”

Agora, se você quiser conhecer mais do trabalho da Dani, você pode procurar por “Oh lala Dani” no Instagram e no Youtube – “vou ficar muito feliz de conversar com todos vocês através das nossas redes sociais”, disse a Dani! Ela também tem o podcast “Pronto, voilà!”, que está disponível em todas as plataformas. E, claro, você pode se tornar um aluno ou indicar para alguém o trabalho maravilhoso dela clicando aqui.

Obrigada, Dani, pela conversa maravilhosa! Muito sucesso daqui para frente e conte com a Revival!